
O livro tenta esclarecer interpretações feitas da obra de Klein, o que para nós, brasileiros, são difíceis analisar, já que a repercussão do livro por aqui foi pouca, restrita a pequenos círculos de críticos, publicitários, profissionais de marketing e outros poucos interessados. Não houve uma discussão pública, como parece ter acontecido nos Estados Unidos. Uma destas interpretações errôneas é de que No Logo propõe a extinção das marcas.
Descreve, ainda, muitos aspectos da marca, como sua origem, uma breve análise semiológica (que estuda o sistema de signos e significados humanos), gerenciamento, ciclo de vida, comportamento, papel e poder do consumidor entre outros. Tudo isso deixando claro o posicionamento dos autores: a marca como fator de progresso.
Como todo livro estrangeiro, os exemplos citados são pouco conhecidos pelos brasileiros, por isso, uma das vantagens desta publicação são as notas de rodapé, que citam casos semelhantes no Brasil. Também merecem destaque as ilustrações das campanhas citadas ao longo do texto.
A segmentação por estado de espírito também é citada, um tipo de segmentação que ainda não conhecia. Descreve que um consumidor tenderá a escolher determinada marca conforme estiver se sentindo naquele dia.
No Logo também se concentra basicamente na marca e no gerenciamento desta marca pelos CEOs, que adotam práticas consideradas antiéticas, como exploração de mão-de-obra em países subdesenvolvidos. Deixa de fora outros agentes envolvidos, como o Governo e, principalmente, o consumidor. Pró Logo dedica uma de suas três partes ao papel do consumidor, este sim, com poder suficiente para ditar ações que devem ser adotadas pelas empresas.
Excelente livro, literatura recomendada para profissionais e estudantes de marketing, publicidade, administração e demais interessados, mas é claro, tendo como pré-requisito a leitura de No Logo.