Segurança é um sentimento. Uma pessoa criada em uma favela com venda de drogas ostensiva se sente confortável em meio aos traficantes armados. O mesmo não aconteceria se ali se encontrasse uma pessoa moradora de um bairro de classe alta, aquele ambiente, aos seus olhos hostil, deixar-lhe-ia tensa. A mesma analogia pode ser feita em diversas outras ocasiões. Um paraquedista acostumado a saltar se sente seguro pulando de um avião. Eu, na mesma situação, ficaria apavorado.
São diversos os fatores que transmitem segurança às pessoas: controle sobre a situação, conhecimento dos procedimentos de segurança, presença de profissionais capacitados para atuação em situações de risco, utilização de equipamentos de proteção entre muitos outros. De posse deste conhecimento, a polícia militar frequentemente faz operações de visibilidade, ou seja, coloca veículos em lugares de grande movimento com o giroscópio ligado para que transeuntes e motoristas que por ali estão passando se sintam vigiados, acreditem que a polícia está presente e se sintam seguras. Este sentimento é refletido nas pesquisas de opinião com a população sobre segurança pública e, principalmente, nas urnas.
Pelo menos no bairro onde moro, a Ilha do Governador, a quantidade de policias nas ruas subiu consideravelmente nas últimas semanas. E isso em véspera de eleições não é mera coincidência. O atual governador, candidato à reeleição, provavelmente aumentou o efetivo de policiais fora dos batalhões para fazer com que as pessoas acreditem que estão mais seguras e, subconscientemente, atribuam essa melhora ao governo da situação. Digo provavelmente porque não tenho nenhuma informação concreta que corrobore isso, é apenas uma suposição.
Isso também é marketing.
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