Possuir um automóvel é um desejo comum em grande parte das pessoas. Agora imagine um país onde todos possuem condições de comprar um carro. Além de engarrafamentos enormes e poluição sufocante, o planeta sofreria danos irreversíveis por conta da utilização da grande quantidade de recursos naturais utilizados na fabricação de tantos veículos, principalmente metais. Outro desejo comum é uma casa na praia, mas é impossível disponibilizar um local de veraneio à beira mar para todas as pessoas que desejam um, não existe litoral suficiente para isso.
O que quero mostrar nesta pequena introdução é que os desejos humanos são infinitos, mas os recursos disponíveis para realização desses desejos são finitos. É neste contexto que entra a economia, a forma que o ser humano criou para administrar recursos limitados para desejos humanos ilimitados. Pelo menos foi isso que aprendi nas aulas de introdução à economia.
Esse instinto (ou seja lá o que for) do homem em querer tudo está levando o planeta à falência. Aquecimento global, guerras por petróleo, desastres ecológicos, um bilhão de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia são apenas algumas conseqüências disso. Estamos destruindo o planeta, o lugar onde vivemos. Outra criatura com comportamento semelhante é o vírus.
Uma cena clássica do filme Matrix mostra o agente Smith falando com Morpheus e fazendo esta comparação. Segundo ele, nós não somos mamíferos, já que não encontramos o equilíbrio com o meio ambiente. Nós nos movemos para uma área e nos multiplicamos até que todos os recursos naturais sejam consumidos, fazendo com que a única forma de sobrevivência seja a mudança para outra área, tal qual um vírus. Somos um câncer para esse planeta.
Felizmente, acima dos vírus e das outras espécies de mamíferos, podemos refletir sobre nossos atos e mudar comportamentos. Eu realmente acredito no consumo consciente e que um dia poderemos exercer a democracia em sua plenitude. E você?