Outro dia li uma reportagem no jornal sobre restaurantes que adotaram embalagens descartáveis no serviço. São restaurantes com decoração moderna e serviço rápido, voltado para jovens de classe média. Eles estampam imagens e textos em caixas de papel citando a origem de suas matérias-primas como sendo de manejo controlado e plantio certificado.
Nos supermercados ingleses, pelo menos em Londres, os alimentos orgânicos, sem conservantes e aditivos são maioria. Essa é uma tendência mundial e aqui pelo Brasil esse movimento já começou. Algumas empresas já estão apostando na redução da emissão de carbono de seus produtos como diferencial competitivo, como também estão inserindo pequenas comunidades e cooperativas locais nas cadeias de abastecimento. Sem dúvida isso é ótimo, mas muitos erros são cometidos, levando o consumidor ao engano. A utilização intencional de material descartável, independemente de sua origem, vai contra a onda ecologicamente correta, já que esse material vai virar lixo depois de utilizado.
Já comentei aqui sobre um viagem que minha cunhada fez a Belém do Pará, onde conversou sobre a Natura com um comerciante de uma feira. A inclusão das famílias que vivem da floresta na cadeia produtiva desta empresa se deu por medida judicial.
Esta prática, utilizar publicidade que aponte determinada empresa como ecologicamente correta mas que continua poluindo, chama-se greenwashing, junção das palavras green com whitewash, uma espécie de cal ou tinta barata utilizada para pintar fachadas de casas.
Abaixo, o jornalista André Trigueiro, autor do livro Mundo Sustentável: Abrindo Espaço na Mídia Para um Planeta em Transformação, fala sobre o assunto: