segunda-feira, 7 de junho de 2010

O consumismo e a Guerra do Iraque


Minha mãe vai trocar de celular, mesmo com o atual funcionando em perfeitas condições. Agora, responda rápido: o que isso tem a ver com um dos maiores acidentes ambientais da história, no Golfo do México, e a Guerra do Iraque?

Vivemos em uma sociedade na qual o consumo é constantemente estimulado, seja pelo governo, pelas empresas e por regras sociais não explícitas que pregam a ostentação como sinônimo de sucesso. Isso nos torna altamente dependentes de recursos finitos para fabricação de bens. Não vou entrar no mérito do descarte desses produtos, claramente feito de forma inadequada, e nem na provável escassez de recursos naturais que assegurem uma vida futura saudável, mas especificamente de nossa dependência cada vez maior do petróleo, utilizado, entre outras coisas, na fabricação do plástico e de combustíveis para manterem as indústrias funcionando.

Esta necessidade por petróleo já levou a diversas guerras, sendo a mais recente a do Iraque, visando o acesso do Ocidente a este valioso recurso. Considere também o vazamento no Golfo do México. Minha mãe, mesmo sendo contra guerras e vazamentos catastróficos de óleo, não enxerga nenhuma relação desses dois eventos com a troca de seu celular.

A relação pode parecer simplória, mas esse consumismo desenfreado está levando à destruição do planeta. Não estou fazendo nenhum tipo de crítica, visto que, como profissionais de marketing, uma das nossas tarefas é vender mais. Eu sei sobre o desenvolvimento de produtos ecologicamente corretos e mais econômicos, e do quanto isso pode beneficiar a sociedade, mas, a grosso modo, estimulamos o consumo. Pelo menos façamos isso conscientes de nossos atos.

E por falar nisso, o celular da minha mãe não comporta chip, por isso não serve para mim. Se você tiver um aparelho sobrando, pode me emprestar que não tenho nenhum problema com modelos defasados e com poucos recursos.

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