domingo, 15 de março de 2009

Divulgação e internet (atualizado)

Ouço muitas entrevistas no rádio e lembro de uma com os atores da Cia. Melhores do Mundo em que eles contaram que só ganharam projeção nacional depois que foi publicado no blog Jacaré Banguela a cena do Josef Climber, retirada de uma entrevista que deram no Jô Soares.

Também lembro do Marcius Melhem, do Nós da Fita, contando que todo o espetáculo está no You Tube, filmado e postado pelo próprio público. Mas ao contrário do que uma análise superficial possa mostrar, todas as apresentações ficam completamente lotadas, com ingressos esgotados muitos dias antes.

No mesmo caminho foi a Dança do Quadrado, nacionalmente conhecida depois que o Antonio Tabet, do blog Kibe Loco, fez um clipe e colocou no ar.

Recentemente o grupo musical Capital Inicial pediu ao público que fosse ao seu show e filmassem tudo com máquinas digitais e celulares, enviando posteriormente o material para um determnado site. Um videoclipe de uma das músicas seria produzido utilizando somente essas imagens produzidos pelos fãs (link).

Minha namorada é atriz e está com uma peça em cartaz em um teatro da Barra. Ontem assisti a apresentação e gravei uma cena para colocar no You Tube e ajudar na divulgação. Logo ela me disse para não fazer, um espectador teve a mesma idéia e logo que a produção descobriu pediu que fosse imediatamente retirado do ar, alegando direitos de imagem dos atores.

Diante dos exemplos citados acima, podemos perceber o poder que a internet tem em lançar sucessos nacionais, só para citar exemplos brasileiros. Alguns vídeos cruzam fronteiras e atingem milhões de pessoas ao redor do mundo. Infelizmente, por inapetência e total desconhecimento da dinâmica da internet, as assessorias de comunicações não sabem como se aproveitar do boca-a-boca gerado pelo público a seu favor. Vá no You Tube e digite Cia Melhores do Mundo, veja a quantidade enorme de trechos de seus espetáculos que estão por lá. Mesmo assim, conseguir comprar um ingresso para uma das apresentações não é fácil, só com muitos dias de antecedência.


O mais curioso é que no final da apresentação da peça em que minha namorada atua os atores pedem para o público ajudar a divulgar a peça, e quando um espectador diz publicamente que gostou, postando um vídeo na internet, ele é ameaçado de processo. Processar um fã que manifestou seu apreço pelo trabalho? Não é a melhor atitude. Parece aquela criança mimada que é a dona da bola e só deixa os outros brincarem se for do seu jeito.

Os atores falam de direitos de imagem, todos eles possuem contratos com grandes emissoras de televisão e temem problemas com seus contratantes. Como já citei no início do texto, Marcius Melhem e Leandro Hassum estão com peças inteiras publicadas na internet e nunca tiveram problema com isso, muito pelo contrário, só se beneficiaram, com divulgação gratuita e muito burburinho. Até a Globo, contratante dos dois, acaba ganhando com isso, possuindo em seu quadro atores que todos conhecem.


Uma assessoria de comunicação tem como objetivo fazer com que as pessoas comentem seus produtos, criar um burburinho e recomendações, e não impedir que isso aconteça. Mas também precisa estar preparada para as críticas negativas e saber lidar com elas (em breve escrevo sobre isso).

Vou citar mais um exemplo. O espetáculo do Diogo Portugal tem como chamada 20 milhões de visualizações no You Tube.


Sabem quem está apoiando, publicando trechos do espetáculo na internet? O Jacaré Banguela, que lançou a Cia Melhores do Mundo.

Agora uma alfinetada: de todos os espetáculos citados aqui, inclusive o da minha namorada, qual você acha que está com menor público?

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Veja um trecho do espetáculo Hemanoteu na Terra de Godah, da Cia Melhores do Mundo. Muito engraçado:

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